Primavera
O que eu penso do Design Thinking.
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«Os alquimistas, na sua busca do ouro, descobriram muitas outras coisas de maior valor».
Vivemos todos, de alguma forma e por força do contexto, hipnotizados pela ilusão da felicidade que o «ouro» traz.
Time is money (tempo é dinheiro). Essa máxima que reverbera no subconsciente de cada um de nós como um mantra, ressona, embalando-nos, como um canto de sereia ou como uma ameaça. «A ditadura da performance e do pragmatismo» a que se referiu com precisão o novo Papa latino quando no Brasil, pode ser a tradução ou a causa do desconforto e angústia que vem levando jovens para as ruas no Egito, Turquia e Brasil. Batizamos isso de Primavera.
O mundo ficou triste. A corrida desenfreada pelo sucesso, pelos likes e pelos resultados, quase sempre numéricos, vem minando a conta-gotas, o território do sutil, do sensível, do misterioso e do mágico.
O desencantamento do mundo que se originou com a supremacia crescente da razão e do cientificismo provocou no homem, um ser simbólico por excelência, a perda do contato com sua dimensão emocional, instintiva, intuitiva, afetiva e vital.
«Em uma criatura sensível, o que não é feito através de uma afeição não produz nem o bem nem o mal na natureza daquela criatura».
Entender o mundo enfraqueceu nossa capacidade de sentir o mundo?
E fez-se o Design Thinking...
Gosto de provocar, em todas as mesas de debates de que participei sobre o tema, a seguinte reflexão: por que neste exato momento de nossa história nasce uma nova disciplina como o «Design Thinking» e não um «Scientific Thinking», «Engineer Thinking» ou «Mathematical Thinking»? Por que o interesse no Design?
E gosto também de complementar a pergunta com a seguinte dúvida: nós, Designers, pensamos diferente? O que você acha? O que você pensa? O que você sente?
Eu sinto que houve aqui um erro cognitivo. Na tentativa de se alcançar um objetivo extremamente pertinente e oportuno – o de re-encantar o mundo – acabamos interpretando a solução como um «pensar». Nada mais sintomático…
A grande questão que provoca o interesse pelo Design e pelos designers não está, a meu ver, no «thinking», mas no «feeling». Nós, designers, não pensamos diferente, mas não apenas pensamos…nós sentimos o mundo de maneira diferente!
Eu teria batizado esta disciplina de «Design Feeling». Porque é a capacidade de sentir o mundo, usando o hemisfério direito de nosso cérebro, aquele que por falta de musculação acabou atrofiado na maioria dos homens, que diferencia o olhar do designer e provoca as respostas «fora da caixa», «mágicas», «criativas», «inovadoras» e todas as demais qualidades que se associam ao fazer do designer, e que tanto interessam aos executivos e gestores neste momento.
«Quem não entende um olhar, muito menos entenderá uma longa explicação».
Se é para inspirar não designers a «pensar como designers» que surgiu e se ensina o «Design Thinking», que seja não provocando os alunos e interessados a pensar, mas sim a sentir, através da reconecção com o mundo sensível, com os sentidos (olhar o mundo, ir a campo) e com a ação direta sobre a matéria (prototipagem, tato, visão), que estão no passo-a-passo da metodologia sistematizada como processo, mas que precisam ser evidenciadas como um sentir, e não como um pensar, para que se enderecem corretamente os desafios e os resultados desejados.
(…e não paro de me perguntar: por que são os designers que estão usando o Design Thinking?...)
É no voltar a sentir o mundo que pode estar a resposta a tanta angústia, violência, aceleração e inquietação. Mas que não seja novamente para a busca do «ouro», mas para o encontro de tantas outras coisas mais interessantes que deixamos pelo caminho e precisamos recuperar.
Os alquimistas estão chegando…
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