Gestão do Design para integrar competências

Qual é o papel do design e do marketing junto aos desafios empresariais? Existe uma separação entre estas competências ou são complementares?

Luis Emiliano Costa Avendaño, autor AutorLuis Emiliano Costa Avendaño Seguidores: 5

Ana Bossler, editor EdiçãoAna Bossler Seguidores: 71

A distância entre as diversas competências estão cada vez menores. O Marketing e o Design são uma delas, mais do que procurar diferenças, o mais importante é procurar focos que sejam integradores. Ambas tem como objetivo o sucesso da empresa e de sua marca.  É possível perceber diferenciais que se complementam, a criatividade alavancada por análises subjetivas do design em especial os aspectos semióticos, lúdicos e subjetivos e as estratégias para disponibilizar esta criatividade no mercado,  próprias do âmbito do Marketing.

Historicamente o marketing viu o design como resultado e não como processo. Entretanto, as atuais análises do papel do designer tem mudado esta concepção, colocando ambas as competências como colaboradoras e integradoras. Para o marketing, o design pode agregar valor, analogamente à  sociologia e a estética, através de mecanismos de apropriação do objeto na vida do consumidor, de signos de valor em novos grupos sociais, gostos e experiências do consumidor.

Assim surge uma nova ferramenta no mercado, para desenvolver estratégias de produtos e serviços que levem em conta além dos parâmetros competitivos, tendo o conhecimento do consumidor como variável fundamental: a Gestão do Design ou Design Management, o qual tem como característica diferenciadora o papel importante «na identificação e comunicação de maneiras pelas quais o design pode contribuir para o valor estratégico de uma empresa» (MOZOTA, 2011).

O Gestor de Design é, portanto, um integrador por excelência, um conector de recursos humanos, tecnológicos, ambientais e de mercado que lhe permitem desenvolver estratégias sempre com foco no design, permitindo que a empresa obtenha, além de resultados econômicos,  recursos emocionais que vão trazer valores como fidelidade à marca, reconhecimento da qualidade de uma empresa e coerência de serviços perante o consumidor/usuário dos seus produtos.

São vários os componentes que fazem parte da decisão de compra do consumidor, tanto os fatores racionais (preço, material, qualidade etc.) como subjetivos (cor, textura, forma, função, experiências cognitivas e culturais etc.). A análise da inter-relação destes, desde a ótica do marketing e do design permitem estruturar estratégias que levem ao sucesso do produto no mercado. Para implementar tal  estratégia, é necessário o reconhecimento tanto pela Diretoria quanto pela Alta Gerência , do rol fundamental do design e de sua gestão na elaboração de planos de negócios. Grandes empresas já perceberam esta importância, tais a Apple, Samsung, Alpargatas (Sandálias Havaianas), H.Stern (Joias) entre tantas.

O design deixou de ser só uma questão estética passando a colocar sua criatividade em prol do negócio da empresa, incluindo-se, assim, valores subjetivos,  criando mais do que uma necessidade de função, uma experiência de vida. O designer quando cria produtos e soluções cria histórias, neste sentido tem um olhar aguçado da condição humana, sabe como poucos observar o consumidor e traduzir esta observação em soluções, seja gráfica (marca, imagem corporativa, embalagens etc.), de moda (roupa, acessórios, padronagens etc.) ou de produtos.

Como resultado deste amplo contexto, a Gestão de Design surge como fator estratégico nas empresas, as quais dependem da sua criatividade para se diferenciar no mercado. Logo, a Gestão do Design deve estar no núcleo da empresa, na sua filosofia, na fase onde se concebem os projetos, concretizando-se por meio de estratégias, identificando oportunidades, interpretando as necessidades do cliente, contribuindo assim com o sucesso do negócio. 

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Bibliografia:

  • BEST, Kathryn. Management del Diseño: Estrategia, proceso y práctica de la gestión del diseño. Barcelona, España: Parramón Ediciones S.A., 2009. 215 p. Trad. Melissa Arcos Percy.
  • BROWN, Tim. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Rio de Janeiro, Rj: Campus, 2010. 352 p. Trad. Cristina Yamagami.
  • BRUNNER, Robert; EMERY, Stewart. Gestão Estratégica do Design. Edit. M. Books. São Paulo, Sp: 2010.
  • FRASER, Heather M. A. Design para Negócios na Prática:como gerar inovação e crescimento nas empresas aplicando o design. Rio de Janeiro, Rj: Elsevier, 2012. 207 p. Tradução de: Leonardo Abramowicz.
  • GIMENO, José Maria Iváñez. La gestión del diseño en la empresa. Série McGraw-Hill de Management. Edit. McGraw-Hill. Madrid, España. 2000.
  • KOTLER, Philip et al. Marketing 3.0. Edit. Elsevier. São Paulo, 2010
  • MOZOTA, Brigitte Borja de et al. Gestão de Design: usando o design para construir valor de marca e inovação corporativa. Porto Alegre, Rs: Bookman, 2011. 343 p. Trad. de Lene Belon Ribeiro.
  • NEUMEIER, Marty. A Empresa Orientada Pelo Design. Trad. Felix Jose Nonenmacher. Edit. Bookman. Porto Alegre, 2010
  • PHILLIPS, Peter L. Briefing: A Gestão do Projeto de Design. Trad. Itiro Iida. Edit. Edgard Blücher. São Paulo: 2008
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Retrato de Beto Lima
14
Fev. 2015

O que seria da Apple sem o design ? ;)

0
Retrato de Luiz Filipe Trigo
0
Fev. 2015

O que seria do Design sem a Apple? :)

0
Retrato de Beto Lima
14
Fev. 2015

O design iria sobreviver muito bem até porque são os conceitos do design que foram aplicados na Apple e não ao contrário e a mesma soube muito bem fazer uso desses conceitos, simples assim, clean como os produtos da Apple onde menos é mais :)

1
Responder

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