Branding definitivamente não é só identidade visual

Branding não é e nunca foi exclusividade dos designers. É administrado por profissionais que saibam utilizar as ferramentas do branding: os chamados gestores de marca.

Beto Lima, autor AutorBeto Lima Seguidores: 14

Marcio Dupont, editor EdiçãoMarcio Dupont Seguidores: 70

Ilustração principal do artigo Branding definitivamente não é só identidade visual

No dia 21/11/2104, no Facebook um amigo meu me solicitou se eu tinha alguma tabela de preços de criação atualizada, pesquisando na web encontrei uma da ADEGRAF: Associações dos Designers Gráficos do Distrito Federal, e aproveitei para dar uma olhada, quando não foi minha surpresa encontrar o que eles dizem o que é branding.1

«É a gestão de marcas. Contempla “Criação do Projeto de Identidade Visual” (PIV), aplicações da marca para impressos e web, criação de sinalização para veículos, manual de uso de marca, acompanhamento gráfico e diretrizes para campanhas publicitárias».

E logo abaixo segue a tabela com os itens de: Programa de Identidade Visual, Marcas, Manual de uso de Marcas, Papelaria, Nome e etc. Está nitidamente claro aqui o problema de conceitos, ou seja: o que é branding? O que é identidade visual? Sinalização? Marcas? Nome?

Enquanto esses termos não forem bem definidos, o que teremos é uma enorme bola de neve de percepções erradas sobre a profissão de um designer como a de um «brander», ou gestor de marcas, pois definitivamente, não são a mesma coisa. Quem disse que gestão de marcas só pode ou tem que ser feita exclusivamente por um designer?

Isso é de uma monstruosa ignorância. Branding tem que ser executado, sim, por um profissional que saiba administrar o que é gestão de marcas. Fiquei muito feliz que nessa minha última turma de branding, que agora tenho no IBMEC, só tivessem dois designers, o restante dos alunos são de diversas áreas que vai da economia, passando por marketing, comunicação e administração. Como o branding começa de cima para baixo, o brander (profissional de gestão de marca) tem que ter o apoio do CEO/Presidente, Diretoria, Gerentes e principalmente do RH... esse sim será o departamento que irá catequisar os novos embaixadores e guardiães da marca... e continuar educando os antigos para que continuem vestindo a camisa da empresa.

Branding é um trabalho de equipe, mesmo sendo feito por um gestor de marcas interno na empresa, ele necessita que todos os stakeholders estejam envolvidos. Óbvio que numa empresa pequena é mais fácil de ser implantada, mas branding é para sempre, não basta só fazer um brand book e entregar e pronto... é como um relacionamento entre um casal: para dar certo tem que ser «regado todos os dias».

Branding definitivamente não é só identidade visual, manual de marca, sinalização. Um bom exemplo é o fato de muitas empresas possuírem um bom design, no entanto um péssimo serviço e atendimento. Cito casos como as empresas brasileiras de telefonia, onde, para a marca, nada adianta suas identidades terem sido criadas pelos maiores escritórios de design do mundo se elas não cumprirem as suas promessas básicas. De que adianta vocês conhecerem pessoas super bem vestidas e cheirosas, se elas no dia a dia forem grossas e arrogantes?

Criar um elo de relacionamento, escutar seu público, interagir com ele, antecipar seus desejos são muitos mais importantes num projeto de branding do que simplesmente um projeto de identidade visual. De que adianta o produto ou serviço terem uma ótima embalagem se o seu conteúdo e sua percepção forem ruins?

Finalizando, no dia 12/01/2014, enviei um e-mail para ADEGRAF, sugerindo algumas alterações na tabela, como por exemplo, adicionando as verdadeiras ferramentas do branding que são:

  • Orientação de Brand

  • Seminários de Brand

  • Workshops de Posicionamento

  • Auditorias de Brand

  • Reuniões de Estratégia

  • Jornais de Críticas

  • Grupos de Brainstorming

  • Treinamento de Trabalhos de Equipe

  • Clínicas de Inovação

  • Auditorias de Design

  • Manuais da Marca/Brandbooks

  • Publicações de Brand

  • Workshops de Brand

Até a data (05/02/2015) desse artigo, infelizmente não tive nenhuma resposta por parte da ADEGRAF.

O que você acha? Compartilhe sua opinião agora!


Opiniões:
14
Votos:
11

Colabore com a difusão deste artigo traduzindo-o

Traduzir ao espanhol Traduzir ao inglês Traduzir ao intaliano
  1. Ver documento Tabela de valores 2013-2015 (página 8).
Código QR para acesso ao artigo Branding definitivamente não é só identidade visual

Este artigo não expressa a opinião dos editores e responsáveis de FOROALFA, os quais não assumem qualquer responsabilidade pela sua autoria e natureza. Para reproduzi-lo, a não ser que esteja expressamente indicado, por favor solicitar autorização do autor. Dada a gratuidade deste site e a condição hiper-textual do meio, agradecemos que evite a reprodução total noutros Web sites. Publicado em 01/04/2015

Baixar PDF

Debate

Logotipo de
Sua opinião

Ingresse com sua conta para opinar neste artigo. Se não a tem, crê sua conta grátis agora.

Retrato de Bruno Porto
39
Abr. 2015

Os equívocos no texto são tantos que dá até para pular os básicos — como a Adegraf ser a "Associações" (sic) dos Designers Gráficos do Distrito Federal e as construções confusas de frases em que pontuação parece ser apenas um acessório opcional — e se concentrar naquele em que o autor polemiza.

Na descrição do que seria a forma como a Adegraf apresenta sua tabela referencial de preços, ele omite que após a descrição de Branding constam valores específicos (nas categorias micro, pequena, média e grande empresas) praticados no Distrito Federal para este serviço, dando a entender — ao escrever simplesmente "E logo abaixo segue a tabela com os itens de: Programa de Identidade Visual, Marcas, Manual de uso de Marcas, Papelaria, Nome e etc. Está nitidamente claro aqui o problema de conceitos, ou seja: o que é branding? O que é identidade visual? Sinalização? Marcas? Nome?" — que os profissionais associados à entidade que desenvolveram a tabela não distinguem alhos e bugalhos. (continua)

0
Retrato de Bruno Porto
39
Abr. 2015

O sr. Jorge deve conhecer também o ditado "Con la medida que mides te han de medir ". Se o autor é desmedidamente agressivo em suas críticas, deveria esperar reação de igual porte. Da mesma forma, como o sr. Jorge imediatamente me interpelou com (agressiva) ironia, permiti-me ser (agressivamente) irônico com ele. Já o sr. Ernesto foi cortês em suas firmes colocações, verdadeiramente apaziguadoras, e recebe aqui meus sinceros agradecimentos.

Críticas são válidas, mesmo as descabidas. Permitem que se reavalize posições tomadas — o que a Adegraf certamente irá fazer agora que o email com sugestões finalmente chegou (ou alguém ainda tem alguma dúvida quanto a isto? podemos pedir para ser postado mais uma vez, por via das dúvidas) — mesmo que seja para confirmá-las. O que não é válido é a contundência, a mão pesada, e o descaso com que foram feitas. Fazer isto é se arriscar a se receber uma resposta a altura, e uma crítica às próprias críticas — que por sua vez tampouco foram replicadas.

2
Responder
Retrato de Jorge Montaña
234
Abr. 2015

Otimo artigo. Claro e pedagogico, respondido de forma grossa e cheia de qualificativos sem nehuma argumentação, pelo sr Bruno Porto, que em seu espaço nem permite replicas ,

Sinceramente fiquei preocupado pela Adegraf se as pessoas que tem a cargo a associação tem esse nivel, estão muito mal representados os designers brasileiros

2
Retrato de Bruno Porto
39
Abr. 2015

Relendo meu comentário, sr Jorge Montaña, vejo que apliquei os mesmos termos "monstruosa ignorância" e "grossa e arrogante" utilizados pelo autor em seu texto, então acho que não se refere a estes. Quanto a "desagradável esnobismo", esse é meu mesmoe posso qualificar minha argumentação: "Esnobismo" é a atitude de quem se sente superior aos demais, como o autor faz em relação aos profissionais da Adegraf; denota também "preferência exagerada pelo que está na moda", o que pode ser outra maneira de se ler o que está acontecendo. Desculpe se pareço redundante nas minhas explicações, mas sinceramente fiquei preocupado com o senhor por ter achado este texto "ótimo", "claro e pedagógico" (?!?!). Como percebo também que tens o costume de fazer generalizações nacionais, faço questão de lhe garantir que nem todos os designers brasileiros são ʼclaros e pedagógicosʼ como este autor.

3
Responder

Lhe poderiam interessar

Próximos seminários on-line

Cursos de atualização para se especializar com os melhores

Estrategia de Marca

Estrategia de Marca

Claves para programar el diseño de símbolos y logotipos de alto rendimiento

20 horas (aprox.)
1 agosto

Tipología de Marcas

Tipología de Marcas

Criterios y herramientas para seleccionar el tipo adecuado al diseñar marcas

15 horas (aprox.)
1 agosto

Branding Corporativo

Branding Corporativo

Cómo planificar, construir y gestionar la marca de empresas e instituciones

20 horas (aprox.)
1 septiembre