Esquematismo
Já levo mais de três décadas a trabalhar aprofundadamente na prática, estudo, pesquisa e experimentação de um fenómeno que me fascina: o mundo dos esquemas.
Selección del Editor
- Opiniões:
- 1
- Votos:
- 10
- ES
Charles S. Peirce, pai da semiótica, disse que «o esquema é a arte da síntese». Essa arte surge da «esquematização», que é uma tendência humana inata para a simplificação inteligente da complexidade ou sobre como a dominar. É a «difícil facilidade» de tomar decisões, resolver problemas e comunicar de forma eficaz.
O meu interesse pelo «esquematismo» contrasta com a pouca atenção que o assunto despertou nos campos da Comunicação e do Design, até à chegada dos programas de computador. Com a infografia, a ferramenta antecipou-se ao conceito. Era evidente a falta de suporte teórico e metodológico dos processos mentais e gráficos de esquematização. Esta deveria tornar-se finalmente numa disciplina da comunicação visual –um dos objetivos do livro que apresento.
Nos anos 80, o nosso grupo europeu com sede em Paris já trabalhava no estudo do esquematismo integrando diferentes disciplinas. Desde então, tenho realizado várias investigações com universidades na Alemanha, França, Espanha, México e Colômbia, oferecendo cursos para professores, oficinas e eventos como o da «Tecnologia do Pensamento» e os livros de 1991, 1998 e os dois de 2019. Colaborei ainda em projetos como o da «Comunicação pública da ciência» para a Comissão Europeia (ver Telos no 57, Madrid, 2003).
De qualquer modo, essa experiências está subjacente neste meu novo livro.
Comunicação funcional
«Esquematismo. A eficácia da simplicidade. Teoria informacional do esquema», aborda a comunicação visual, a concepção e elaboração de esquemas, diagramas, organogramas, modelos, algoritmos, etc., e seus múltiplos usos sociais, assim como as suas evoluções históricas e culturais. Aborda também a conceptualização da nova disciplina baseada na ciência a que chamamos de «Esquemática» (Costa, 1998), enfatizando o «mática» final, invocando o impacto da informática na esquematização.
Seguem-se alguns princípios:
- Um esquema é a visualização abstrata de realidades invisiveis do que nos rodeia e do próprio pensamento;
- Dos três pilares fundamentais da linguagem gráfica — Signo, Imagem, Esquema —, apenas este possui essa singularidade comunicativa;
- Como explicito no livro, o Texto explica, a Imagem mostra e o Esquema, para além disso, demonstra. O esquema é o expoente máximo da teoria da Demonstração, prativada, de forma pioneira, por Ramon Llull e Leonardo da Vinci.
Este livro divide-se em três partes:
- A primeira é dedicada ao «paradigma do ver» (Kant) tratando do «cérebro óptico do sapiens» e do predomínio da visão sobre o conhecimento e a ação. Segundo os estudos de Dodwell, 90% da informação que recebemos entra pelos olhos;
- Na segunda parte descubrimos que a «visualização» já estava presente na pré-história quando o homem, depois de desenhar o que via, se esforçava para desenhar o que sabia e o que pensava: um salto qualitativo da mente primitiva. Daí, passamos para a geometria no Neolítico. Em seguida, atravessamos a Antiguidade, quando aparecem a cartografia, os mapas, os planos da cidade e astronomia, a óptica e a anatomia, até que, na Idade Média, os filósofos, pensadores, alquimistas e cientistas criaram os esquemas abstratos. Com a imprensa de Gutenberg, surgiram nos livros os diagramas modernos, gráficos e diagramas de matemática, que se iriam multiplicar com a Revolução Industrial. Em meados do século passado irrompeu a Revolução Científica e os esquemas informáticos em 3D, 4D e 5D, que transformaram a esquematização e, portanto, as formas de conhecer, pensar e projetar.
- Na terceira e ultima a parte proponho a «Teoria informacional» do «esquema» que apresenta a forma como a estrutura informacional é construída e como programar o desempenho informativo do esquema. Também é desenvolvido o sistema gráfico da linguagem esquemática, a construção da informação sobre o espaço geométrico-matemático nos esquemas quantitativos ou o espaço psicológico nos esquemas qualitativos. Ainda apresento as sete variáveis de percepção e integração dos esquemas. Abrange-se assim, desde o momento em que a Informação se pode quantificar (a unidade de medida é o bit) até que o esquematismo atinge o status científico.
Nos anexos podemos encontrar as leis da teoria da Gestalt e de uma «infralógica visual», acompanhada de um glossário, da bibliografia e referências web, assim como cerca de uma centena de ilustrações que demonstram a evolução dos esquemas através de diferentes culturas.
Os esquemas são a linguagem da nossa soiedade do conhecimento.
Excelencia Profesional
Si buscas contenidos con este nivel de rigor, te interesará nuestra oferta académica. Cursos diseñados para responder a las exigencias reales de la profesión.
Ver Oferta AcadémicaComparte
Por favor, valora el trabajo editorial utilizando estos enlaces en lugar de reproducir este contenido en otro sitio.
Temas abordados neste artigo
O que você acha?
Sua perspectiva é valiosa. Compartilhe sua opinião com a comunidade na discussão.
Dê sua opinião agora!