Identidade Visual é mais do que um logotipo

Facilidades no acesso às identidades visuais das empresas e seu uso indiscriminado podem destruir a sinergia entre suas aplicações.

Nelson Graubart, autor AutorNelson Graubart Seguidores: 13

Thales Aquino, editor EdiçãoThales Aquino Seguidores: 31

Tão ou mais importante que um belo símbolo ou logotipo para sua empresa é a sinergia criada pelo conjunto de suas aplicações institucionais, promocionais, administrativas, ambientais e até operacionais. Todos os públicos impactados (inclusive e principalmente o público interno) devem perceber a harmonia desse conjunto para formar a imagem positiva e organizada de uma empresa, instituição ou entidade.

O excesso de informações visuais e os diversos veículos de difusão, impressos ou digitais, fazem com que nossa atenção seja pulverizada e todas as possíveis informações não passem de ruídos. O uso com coerência e unidade na construção das marcas torna-se um dos poucos recursos para reter a atenção e facilitar a memorização por parte do nosso público alvo, tornando nossa marca reconhecida, bem representada e respeitada.

Independente do porte das organizações, manter sua identidade dentro de uma linguagem visual uniforme e coerente em todas as aplicações de seu símbolo (logotipo, cores, tipografia e outros recursos visuais agregados) é procedimento que deve ser observado por todos nos momentos da criação e da produção de seus pontos de contato visual.

Há alguns anos os Manuais de Identidade Visual tinham a função de orientar apenas os profissionais quanto ao uso apenas de seu logotipo, cor e sobre como aplicá-lo no papel carta, no cartão de visitas e algumas outras aplicações básicas.

Hoje, sabemos que a Identidade Visual1 é formada por um conjunto de elementos tais como: cores, tipografia, grafismos, design dos produtos, folhetos, embalagens, sites, PDV e outros pontos de contato. É esse conjunto que constrói uma linguagem gráfico-visual única, una, exclusiva e reconhecível que pode até chegar a dispensar o próprio logotipo.

Com a disponibilização destes elementos nos computadores, nas redes sociais e até em sites de buscas, além de orientar, um Manual de Identidade deve restringir o uso indiscriminado e sem critério desses elementos formadores da identidade visual da empresa por seus colaboradores e fornecedores e, ao mesmo tempo, disponibilizar material, exemplos e referências para não «engessar» o uso do símbolo ou do logotipo, transformando-os em «carimbo» usado sem critérios.

O acesso a esses elementos tornou muito fáceis as «criações de soluções gráficas» por parte de colaboradores que, sem formação específica, desconhecem o processo da construção de uma identidade visual. Assim, embora bem intencionados, distorcem, deformam, mudam proporções, cores, tipografias e incorporam elementos estranhos à a esta linguagem.

Devemos lembrar também que, hoje, o maior volume de comunicações empresariais é digital e não gráfica, ou impressas em máquinas digitais, uma nova mídia que também não oferece qualidade constante e uniforme, varia do computador de quem envia para o computador de quem recebe e de impressora para impressora. Não existe um padrão cromático entre as diferentes marcas de monitores, impressoras e fabricantes de cartuchos e por isso, aquilo que o emissor vê na sua tela não seja o mesmo que vê quem recebe.

Só a observância e o respeito aos modelos estabelecidos em um Guia ou Manual de Identidade por todos os envolvidos (colaboradores internos e externos, designers, agências e fornecedores) pode garantir o pronto reconhecimento de uma empresa ao longo do tempo através de sua identidade visual.

A criação de uma simples peça de comunicação e o controle de qualidade na compra de um item que carrega a identidade visual da empresa deve ser tão rigoroso e preciso quanto a compra de um parafuso para montar uma determinada peça ou da escolha de uma simples palavra na redação de um contrato quando elaborado por um advogado.


Votos:
28

Colabore com a difusão deste artigo traduzindo-o

Traduzir ao espanhol Traduzir ao inglês Traduzir ao intaliano
  1. (IFD, 2008), O manual de identidade visual é um guia para correta aplicação do logotipo nele estão expostos os conceitos para a criar uma normatização de escala cromática, fontes gráficas, dimensões. Este guia procura delimitar os limites em que o logo pode ser inserida.
Código QR para acesso ao artigo Identidade Visual é mais do que um logotipo

Este artigo não expressa a opinião dos editores e responsáveis de FOROALFA, os quais não assumem qualquer responsabilidade pela sua autoria e natureza. Para reproduzi-lo, a não ser que esteja expressamente indicado, por favor solicitar autorização do autor. Dada a gratuidade deste site e a condição hiper-textual do meio, agradecemos que evite a reprodução total noutros Web sites. Publicado em 04/03/2015

Baixar PDF

Ilustração principal do artigo Designer para um pais em crise
Designer para um pais em crise Vários países estão vivendo uma crise econômica e financeira, obrigando a todos a criarem soluções alternativas para manterem suas rendas. Qual o papel do designer neste processo?

Lhe poderiam interessar

Ilustração principal do artigo Pensamento tipológico
Norberto Chaves, autor Norberto Chaves Pensamento tipológico Um requisito fundamental para saber avaliar e desenhar corretamente signos gráficos marcários.
Ilustração principal do artigo Marca cromática e semântica da cor
Norberto Chaves, autor Norberto Chaves Marca cromática e semântica da cor A significação da cor motivada pela associação do signo com códigos pré-existentes e a significação da cor pela progressiva convencionalização da relação arbitrária.
Ilustração principal do artigo Nascimento e evolução da marca em 7 passos
Joan Costa, autor Joan Costa Nascimento e evolução da marca em 7 passos A marca comercial nasceu à 3500 anos. Primeiro foi um signo, depois um significado, logo uma história televisiva de 30 segundos. Hoje, um fenómeno social e transmedia complexo.
Ilustração principal do artigo Toda marca deve ser...
Norberto Chaves, autor Norberto Chaves Toda marca deve ser... Doze normas supostamente «universais» do design de marcas gráficas.
Ilustração principal do artigo Da identidade ao signo
Norberto Chaves, autor Norberto Chaves Da identidade ao signo Se o símbolo da marca deve transmitir a identidade do dono, por que a maioria não cumpre essa premissa?
Ilustração principal do artigo Com ou sem símbolo
Norberto Chaves, autor Norberto Chaves Com ou sem símbolo Uma alternativa marcaria condicionada pelo perfil e pela comunicação.

Próximos seminários on-line

Cursos de atualização para se especializar com os melhores

Estrategia de Marca

Estrategia de Marca

Claves para programar el diseño de símbolos y logotipos de alto rendimiento

20 horas (aprox.)
1 mayo

Tipología de Marcas

Tipología de Marcas

Criterios y herramientas para seleccionar el tipo adecuado al diseñar marcas

15 horas (aprox.)
1 mayo

Branding Corporativo

Branding Corporativo

Cómo planificar, construir y gestionar la marca de empresas e instituciones

20 horas (aprox.)
1 junio