O real valor do Design
Além do famoso «valor agregado», chegou a hora de apresentar ao mercado o ganho quantitativo das chamadas «Design-Driven Companies».
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Muito se fala sobre o valor do design para as empresas. E é sobre isso que vou falar brevemente nesse texto. Primeiro é necessário definir o que é design. São inúmeras as definições sobre a disciplina, ainda que o design ainda não tenha um conceito definitivo. Acredito que essa definição dificilmente existirá, pois como disse John Ruskin, «Se o design pudesse ser ensinado, todo mundo o aprenderia, como todo mundo aprende a ler ou a calcular. Mas o design não é matéria de ortografia ou de somas.». Essa definição por si só complexa, retrata quão difícil é definir a disciplina. Ainda que haja uma sentença simples e coloquial, que facilita o interlocutor a compreender o design:
Design é um método de resolução de problemas.
Simples assim. Já o escritor e historiador da arte, Rafael Cardoso, afirma que «a grande importância do design reside precisamente em sua capacidade de construir pontes e forjar relações num mundo cada vez mais esfacelado pela especialização e fragmentação de saberes».
Ou seja, o designer faz de tudo um pouco, de equipamentos hospitalares a design de letras. De sinalização para aeroportos a catálogos de vendas. Mas talvez o que façamos de melhor é exatamente essa ponte interdisciplinar, fundamental para que um bom projeto de design seja bem executado na prática.
Tá, mas e o valor do design?
Durante muito tempo, na carência de dados mais concretos, o ganho principal daqueles que investiam em design foi o famoso «valor agregado». Acho importante definir também o que eu entendo sobre esse ganho, real, porém subjetivo. Novamente cito Cardoso, que na obra «Design Para um Mundo Complexo», afirma que, «por meio do design, atribui-se significados aos artefatos, que ficam associados a conceitos abstratos, como estilo, status, identidade. Isso em essência, é o que queremos dizer quando falamos em valor agregado». Por artefatos, podemos incluir formas, nomes e representações gráficas, que são algumas entregas do design gráfico, por exemplo.
Dessa forma, podemos sim afirmar que o valor agregado é um ganho para quem investe em design. Esse ganho porém depende muito do juízo de valor de quem recebe a mensagem. Ou, nas palavras de Cardoso, «o olhar é uma construção social e cultural, circunscrito pela especificidade histórica do seu contexto».
O real valor do design
Recentemente o Design Management Institute, em parceria com a consultoria em inovação Motiv, divulgou os resultados de uma pesquisa que traz números reais sobre os ganhos de quem orienta seus negócios pelo design.
O estudo levantou dados de 75 marcas de bens e serviços que integram a lista da Standard & Poor’s, uma relação das 500 maiores empresas de capital aberto no mercado americano. Foram avaliadas 15 organizações que atenderam a critérios que determinavam sua cultura de design estratégico. Foram avaliados os seguintes critérios:
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O design tem que estar envolvido na organização estrutural da companhia;
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A liderança do design tem que estar presente no nível diretor e presente também nas divisões internas da empresa – ou seja, de cima para baixo;
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Existência de compromisso da direção da empresa para o uso do design como fonte de inovação;
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Esforço constante para a mudança positiva, evolução.

O resultado é que as chamadas Design-Driven Companies (empresas orientadas pelo design) nos últimos 10 anos tiveram uma performance 228% superior as demais empresas da lista.
É inegável que as empresas que posicionam o design no centro de suas decisões apresentaram um crescimento mais significativo no período e possuem uma curva de tendência mais promissora em relação as demais companhias.
Fica claro os ganhos de quem investe em design, não apenas como uma ferramenta operacional e reativa, mas sim como um modelo de gestão capaz de gerar soluções, não só para a sua empresa, mas também para resolver problemas existentes na nossa atual sociedade. Como disse Thomas Kolster (Goodvertising), «As pessoas querem que as marcas entreguem valor real e resolvam alguns dos maiores problemas da sociedade – aliás, não foi para isso que as empresas surgiram?». E, então… não foi?
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Fontes
- CARDOSO, Rafael (2011). Design Para um Mundo Complexo. São Paulo: Cosac Naify.
- RUSKIN, John (2004). A economia política da arte. Rio de Janeiro: Record.
- 99designs.
- Projeto DRAFT.
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